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4/23/2013

Nem foram tantos assim, mas eu já perdi a conta de quantos blogs já comecei. E se tem uma coisa que eu não esqueço é que em todos eu começo explicando why the hell eu escolhi o título. Desta vez eu resolvi me poupar o trabalho e escolher como título aquele que me foi dado há mais de 20 anos.

No geral, eu gosto do meu nome. Não tenho uma paixão avassaladora por ele. Foi mais questão de costume e, acima de tudo, noção de que poderia ter sido pior, muito pior. Certamente não era bem assim quando eu estava na escola. Ter aquele momento de tensão em todas as chamadas definitivamente não foi o prime da minha vida. Lá pelas Camilas, Carinas eu já começa a sofrer por antecipação, mas o ápice vinha mesmo no Eduardo. Eu logo descobriria se atenderia pelo nome Êlita ou Élita. E quando os colegas resolviam fazer um barulho e corrigir o desorientado do professor a minha angústia só se alongava. Eu mesma raramente me presto ao papel de corretora.

Ainda no drama estudantil, as aulas de história estavam entre as minhas favoritas, mas nelas um incômodo era certo: as elites. Não passava uma aula sem que o termo não fosse citado, causando sempre um desconforto. A forma coloquial de falar "Ele está" também não me ajudou muito. A tartaruga Manuelita também não era uma das minhas menções preferidas. Pasmem ou não, o coador de café Melitta está seguro. Não sei se pelos dois Ts ou pela existência banal, mas Melitta nunca me incomodou.

Se lendo as pessoas já erram, imagina como fica quando eu falo meu nome. Viro Talita, Lenita, Elisa, Melissa e Anita. É difícil de acreditar, mas estrangeiros acertam meu nome mais que brasileiros. Nunca fui chamada de nenhum desses nomes enquanto estive longe daqui. (Exceto pelo Anita mas o Chile não fica tão longe assim) Na Polônia as pessoas sempre acertavam meu nome, mas também se surpreendiam com ele. "Você sabe o que seu nome significa em polonês?". Tinha uma pausa dramática e eu fazia que não. Adivinhem, a resposta era Elite. Só que desta vez isso não me incomodou, pelo contrário, ganhei um aliado e um ice breaker toda vez que me apresentasse.

Nesse tempo todo, o único contato que tive com outra Elita(pessoa) foi na creche que eu frequentei até meus 5 anos. A nossa diferença de idade devia ser de uns 50 anos, mas a conexão tava ali e assim que aprendesse a falar eu poderia dizer: Tenho uma chará! Uma. Devo então à Tia Elita o nome que foi a sugestão que minha mãe precisava para criar quase um homônimo/grande sacada entre mãe e filha.


A descoberta de outros homônimos é uma viagem. Tem cigarro letão, banda de rock da Macedônia, a amiga Transformer do Optimus Prime, duas participantes do Big Brother sueco e a peça de teatro polonesa. Uma busca superficial no Linkedin mostra o "ranking" das Elitas trabalhadoras:   

  1. Brasil (280)
  2. Estados Unidos (243)
  3.  Letônia (152)
  4.  Peru (112)
  5.  Indonésia (105)
  6.  Itália (100)
  7.  Reino Unido (51)
  8.  Turquia (51)
  9.  Federação Russa (50)
  10.  Canadá (49)

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